domingo, 21 de novembro de 2010

Argentina a batizou de Evita

María Eva Duarte de Perón, conhecida como Evita, nasceu em Los Toldos, província de Buenos Aires, no dia sete de Maio de 1919. Foi uma atriz e líder política argentina, procedente de uma família pobre. Com 16 anos, decidiu seguir a carreira artística e mudou-se sozinha para a capital argentina.

Em 1937 estréia no cinema o filme Segundos Afuera e, em seguida, é contratada para fazer radio novelas. Em 1944 Eva conheceu Juan Domingo Perón, num festival beneficente, então vice-presidente da Argentina e ministro do Trabalho e da Guerra. No ano seguinte, Perón é preso por militares descontentes com sua política, voltada para a obtenção de benefícios para os trabalhadores. Evita então apenas a atriz Eva Duarte, organiza comícios populares que forçam as autoridades a libertá-lo. Pouco depois se casa com Perón, que se elege presidente em 1946. A oposição transferiu a ela a antipatia e a rejeição que sentiam por Perón. A ascensão vertiginosa “dessa mulher” foi para esses argentinos um motivo mais de repúdio.

No seu papel primeira-dama, Eva Perón desenvolveu um trabalho intenso, tanto no aspecto político quanto no social. Na política, trabalhou intensamente para obter o voto feminino e foi organizadora e fundadora do ramo feminino do movimento peronista. Esta organização se formou recrutando mulheres de distintas extrações sociais por todo o país que receberam o nome de “delegadas censistas”.

No aspecto social seu trabalho se desenvolveu na Fundação Eva Perón, mantida por contribuições de empresários e por doações que os trabalhadores faziam quando tinham uma melhora em seus salários. Criou hospitais, lares para idosos e mães solteiras, dois policlínicos, escolas, uma Cidade Infantil. Socorria os necessitados e organizava torneios esportivos infantis e juvenis.

O outro eixo principal de sua popularidade foi constituído em torno dos sindicalistas e da sua facilidade e carisma para conectar-se com as massas trabalhadoras, às quais ela chamava de seus “descamisados”.

Eva Perón faleceu no dia 26 de julho de 1952, sendo ainda muito jovem, por uma leucemia. A dor popular não a abandonou num velório que durou 14 dias, e não a abandonaria jamais. No imaginário popular, Evita foi para muitos uma santa. Seu corpo foi embalsamado e ficou exposto à visitação pública até que, durante o golpe de Estado que derruba Perón em 1955, seus inimigos políticos seqüestram o cadáver e o ocultam durante 16 anos. Em 1971, o corpo é devolvido por um oficial argentino ao ex-presidente em Madri, onde ele viveu exilado.

Perón volta à Argentina em 1973 e é reeleito presidente, tendo a terceira mulher, Isabelita, como vice. Após sua morte, em 1974, Isabelita traz os despojos de Evita para a Argentina e os sepulta em Buenos Aires. Atualmente a sepultura de Evita se encontra no Cemitério da Recoleta.

O livro A Razão da minha vida

Evita, como o povo a batizou, foi uma figura que rompeu todos os precedentes históricos e definiu uma modalidade política nunca vista até então. Durante o breve período de sua atuação, ao lado de Perón, foi o centro de um crescente poder e se tornou a alma do movimento peronista, em sua essência e em sua voz. Adorada e ao mesmo tempo odiada por milhões de argentinos, o que jamais provocou foi à indiferença. Assim Eva Péron se refere a Evita:


"Quando escolhi ser "Evita" sei que escolhi o caminho do meu povo. Agora, a quatro anos daquela eleição, fica fácil demonstrar que efetivamente foi assim. Ninguém senão o povo me chama de "Evita". Somente aprenderam a me chamar assim os "descamisados". Os homens do governo, os dirigentes políticos, os embaixadores, os homens de empresa, profissionais, intelectuais, etc., que me visitam costumam me chamar de "Senhora"; e alguns inclusive me chamam publicamente de "Excelentíssima ou Digníssima Senhora" e ainda, às vezes, "Senhora Presidenta"....

Os descamisados, no entanto, só me conhecem como "Evita". Eu me apresentei assim pra eles, por outra parte, no dia em que saí ao encontro dos humildes da minha terra dizendo-lhes que preferia ser a "Evita" a ser a esposa do Presidente se esse "Evita" servia para mitigar alguma dor ou enxugar uma lágrima. E, coisa estranha, se os homens do governo, os dirigentes, os políticos, os embaixadores, os que me chamam de "Senhora" me chamassem de "Evita" eu acharia talvez tão estranho e fora de lugar como que se um garoto, um operário ou uma pessoa humilde do povo me chamasse de "Senhora". Agora se me perguntassem o que é que eu prefiro, minha resposta não demoraria em sair de mim: gosto mais do meu nome de povo. Quando um garoto me chama de "Evita" me sinto mãe de todos os garotos e de todos os fracos e humildes da minha terra. Quando um operário me chama de "Evita" me sinto com orgulho "companheira" de todos os homens."

Fragmento do livro "A razão da minha vida" escrito por Eva Perón em 1951.

A música que contou uma historia

Don't Cry for Me, Argentina (em português: Não Chores Por Mim, Argentina) é a canção mais conhecida da peça musical de 1978 intitulada Evita, com música de Andrew Lloyd Webber e letras de Tim Rice. A letra foi originalmente intitulada como "It's Only Your Love Returning", antes de Rice ter colocado o título atual. A música foi gravada primeiramente por Julie Covington em estúdio no ano de 1976 e interpretada por Elaine Paige nos palcos em 21 de junho de 1978, quando a peça estreou. A música há tido muito sucesso em vários paises, este musical serviu de inspiração para o filme, que leva o mesmo nome, protagonizado por Madonna (Evita), Jonathan Pryce (Perón) e Antonio Banderas (Ché), dirigida por Alan Parker.

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